Quando minha filha nasceu, primeiramente tive muito medo de que não soubesse fazer nada certo.
Cada pessoa que vinha me visitar, reparava em meus olhos receosos e, tentando ajudar, davam dicas e mais dicas.
Depois de um tempo, ainda no primeiro mês, um estresse tomou conta de mim e algumas visitas viraram uma verdadeira tortura. Era um tal de : "não bebe água amamentando que o bebê engasga"; "água gelada no resguardo, nem pensar"; "tem que arrotar"; "não deixa chorar"; "tem deixar chorar"; "dá chupeta"; "tira a chupeta"; "tem que ter hora de mamar"; "mamadas de livre demanda"; "o leite tá fraco"; "ih.. vai trocar o dia pela noite" e blá, blá, blá...
o que posso dizer é que foram tantas as torturas mentais que sempre parecia que tudo daria errado. Não sei se esse comportamento é geral ou direcionado à mães jovem com cara de boba, mas o fato é que, a tortura mental atrapalha muito a criação.
Depois de um tempo não aceitei mais sugestões deixando bem claro que, quando quisesse dicas, eu mesma pediria. Algumas vezes deixei de fazer o aconselhado, mesmo acreditando ser a verdade, só para não incentivar o despejo de normas técnicas.
É necessário que tenhamos postura para não permitir que os "receiteiros" invadam tanto nosso espaço, ainda que seja nossa mãe, ou uma amiga querida. Eu quero ter o direito de errar e acertar sem punição visual dos próximos que, muitas vezes nem ajudam, mas querem dar opinião sem pedido.
Os pais sabem as receitas perfeitas para seus filhos, ainda que não a pratiquem. Além disso, cada pessoa é um ser individual cheio de características únicas adaptáveis ao seu meio.